quarta-feira, 15 de abril de 2015

Iperó, 03 de março de 2015

Dois anos e sete meses de enxovia tucana, por castigo da ignorância filosófica da in-justiça paulista.

Por obra do iluminado e expandido "Espírito milenar africano".

Salve todos os pretos velhos de toda Mãe África!

Que a glória do numinoso conhecimento ancestral de "Negusa Negast" se perpetue no infinito lume de Santa Sofia. - Jah! Rastafari

Quando o avarento, estúpido e violento europeu resolveu usar a energia humana dos africanos para modificar o meio ambiente das terras do novo mundo, que eles usurparam, não tinham  menor idéia de que estavam mexendo em coisa muito maior que corpos, braços e pernas para o trabalho forçado.

Muito mais que corpos negros e fortes, foi subtraído da Mãe Africa e exilado neste canto do mundo o numinoso Espirito Africano.

Um espírito de conhecimento único, de sabedoria milenar primordial, de grandeza divina.

Um diamante lapidado pelo poder de Jah (Deus) que brilha intensamente na presença da Luz.

Das inumeráveis facetas desta jóia espiritual, o rastafarianismo resplandece por toda a Terra, nosso lar celestial.

Graças ao poder emocional da nossa expressão musical religiosa conhecida com reggae, espalhada pelo mundo através das vozes melodiosas e suaves de rastas como Bob Marley, Peter Tosh, Burning Spear, Jummy Cliff, entre outros.

Ao som do reggae as pessoas de "espirito rasta" se identificaram com os dogmas religiosos do rastafarianismo e o estilo de vida rastafári começa a brotar por todo o mundo.

Facilmente identificados pelos cabelos (dread locks) e pelas roupas nas cores das bandeiras da Jamaica (verde, amarelo e preto) e da Etiópia (vermelho, amarelo e verde), os rastafáris tem por devoção divina a opção por viver de forma simples e modesta, da forma mais natural possível, com elevada riqueza espiritual e filosófica.
Devotando respeito inquestionável ao nosso Pai Todo-Poderoso Jah (Deus), nós, rasta-man, nos aplicamos à busca incansável pelo conhecimento que leva à "Real Verdade" e à iluminação.

O Espirito rastafári abomina e renuncia a todas as formas de violência, dedicando amor universal a todos os irmãos e irmãs do mundo.

Quando os primeiros escravos africanos desembarcaram na Jamaica para trabalharem nas lavouras de cana de açúcar e nas usinas açucareiras, trouxeram com eles duas coisas básicas: a semente de Cannabis, que sempre foi para a cultura africana a "árvore da vida", que alimenta, ilumina, cura e protege e a inabalável fé em Jah.

Esta inquestionável manifestação de fé e espiritualidade segue a mesma linha mítica-temporal do Velho Testamento, com ênfase nos livros do Êxodo, Davi e Salomão.

Portanto, podemos afirmar que o Poderoso Pai "Jah" dos rastafáris é o nosso Poderoso Pai "Jeová" dos judeus, ou o Poderoso Pai "Alá" dos muçulmanos, assim como o Poderoso Pai "Deus" dos cristãos.

Como o africano foi o povo escolhido por "Jah" para o florescimento do ser humano no paraíso que chamamos de Terra, os filhos da Africa carregam n'alma a centelha divina mais antiga do planeta.

"Todos os povos, batei palmas; aclamai a Jah com gritos de júbilo. Porque o Senhor, o altíssimo, é temível; Rei grande sobre a Terra.
Cantai a Jah, cantai; cantai ao nosso Rei, cantai; 
Porque de Jah são os escudos da Terra; ó, mui excelso é Ele." - Salmo 47-1,2,6,10

Que a glória de Jah se derrame sobre todos nós!

Ras Geraldinho, servo de Jah - Rastafari

domingo, 12 de abril de 2015

Iperó, 23 de fevereiro de 2015

"À espera de um milagre"

É impressionante o grau de estresse que pesa sobre os penitenciados que estão à espera de algum benefício jurídico/legal.

Quando o apenado ingressa no Sistema, recebe a condenação, conhece a crua realidade da milenar masmorra, calcula e realiza o tamanho da pena. Ele entra, então, em um equilíbrio emocional que o ajuda a transpor o lapso temporal.

Neste aspecto, a cannabis proibida é importante coadjuvante no intento de atingir este equilíbrio e a consequente paz de espírito que reina no inconsciente coletivo de uma prisão.

Porém, quando o condenado recebe a informação de que está prestes a receber algum tipo de beneficio ou progressão, inevitavelmente ele começa a superlotar sua mente com a possibilidade de poder sair da tão deplorável e desumana situação em que se encontra.

Esta overdose de pensamentos gera expectativas que, enquanto não realizadas, ou em pior hipótese, frustradas, mexe com o equilíbrio emocional e psicológico do individuo, causando muita dor e sofrimento.

A tortura psicológica substitui a pena física com grande eficácia!

Devido ao atual nível de desmando do Califado Tucano na política pública paulista, a sociedade, que desenterra esqueletos dos armários da Ditadura Militar para lavar suas consciências em lacônico e repetitivo mantra "tortura nunca mais", se faz muda e surda para a tortura psicológica nos calabouços do sistema de repressão da atual matrix.

A crueldade dos Sistema Carcerário paulista é inominável, degradante e desumano.

Declaro isso pelo testemunho de muitos companheiros de cárcere e por experiência própria.

A tortura psicológica gera grande depressão que dói e dói muito.

"Ainda que eu ande pelo vale das sombras da morte, não temerei mal algum, porque Tu estarás comigo. Tua vara e Teu cajado me encheram de alento..." (Salmo 23-6)

Que a infinita graça de Jah nos inunde com a Luz do divino conhecimento.

Ras Geraldinho, com a glória de Jah - Rastafari