segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Iperó, 03 de dezembro de 2015

Três anos e quatro meses de prisão política, vítima da vilania do sistema e dos menores de espírito que o operam.

Três anos e quatro meses testemunhando o horror e o desmando do corrupto sistema Penitenciário Tucano Paulista.

Preso politico por "pseudo crime" ideológico, cerceado de todos os direitos constitucionais pela Justiça paulista.

Torturado psicológicamente pela condenação de inocentes membros da minha igreja Niubingui.

Aviltado por juízo premeditado do ignorante saber institucional.

segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Iperó, 13 de novembro de 2015

Totalmente debilitado, depois de quinze dias de tortura mental e física no Sistema de Trânsito Penitenciário do Estado de São Paulo.

Palavras do primeiro preso político do terceiro milênio, guerrilheiro filosófico neo-abolicionista canábico travestido de traficante, inimigo número 1 do Ministério Público de Americana, herege e torturado.

Palavras do filho de Jah - Rastafári!!

06/11/2015

Histórias do cárcere pré-democrático.

20:30hs - Cela 2 do trânsito de Guareí. 3ª burra (cama) da treliche do fundo. Lugar infecto, onde o mofo, umidade e ácaros abundam. Vinte desgraçados amontoados em espaço porcamente projetado para nove.
Estou absolutamente esgotado depois de passar por mais um dia literalmente torturante no trânsito penitenciário paulista.
Saímos do CDP de Americana por volta das 10 horas, rumo ao Complexo Penitenciário de Hortolândia.
Só a saída da desumana cela 1 do trânsito até o "latão" (caminhão furgão) já é experiência dantesca, coisa de campo de concentração japonês da segunda guerra mundial.
É o primeiro ato do teatro de horror do sistema de trânsito penitenciário tucano paulista. A tortura física e psicológica é rotina na operação de translado judicial.

A lei brasileira não permite tais modus operandi nem para animais: falta a placa indicativa obrigatória "carga viva", normalmente encontrada nos veículos do gênero, quando se trata de bichos.

Claustrofobia é terminologia que não traduz a totalidade da situação. Algemados uns aos outros, sentados em cubículos construídos de chapas metálicas, sem luz ou ventilação, amontoa-se os apenados.
É o mais perto que se pode chegar das câmaras de gás nazistas (só falta o gás).
Podemos sentir o ar carregado do abominável espírito nazista.
Nesta peça bizarra, não poderia faltar a ação do pelotão de escolta, que se iguala em forma e atitude à famigerada Gestapo hitleriana.

Segundo ato:

Depois de ficarmos 1 hora parados, sob sol forte, dentro do tal "chapão" no CDP de Americana e aproximadamente 25 minutos de viagem, chegamos à "sala de estar" do inferno: um lugar conhecido como "rodoviária" na P5 de Hortolândia. Local onde convergem todas as rotas de transporte carcerário do Estado de São Paulo. Movimento frenético de caminhões chegando e saindo, abarrotados de animais do gênero humano.

Ali, esperamos por mais de uma hora dentro de pocilgas metálicas, no escuro, com calor abrasador e ar estagnado, antes de passar para dentro do espaço de baldeação.

Quando as portas do "baú de carga" se abre, dessemos algemados de dois em dois e recebemos ordem para tirar os chinelos, ficando, propositalmente, descalços. Pegamos, então, uma das "picuias" (sacolas plásticas com os pertences pessoais), amontoadas do lado de fora.

A atitude e os olhos dos agentes penitenciários e PM's da escolta destilam ódio e sarcasmo.

Entramos num lugar semelhante aos bretes de gado nos rodeios.
Ali somos colocados, ainda algemados, em cubículos de aproximadamente 15 metros quadrados. Tem-se a impressão que estas celas foram construídas com a única intenção de tortura psicológica.
Neste exíguo espaço amontoa-se, às centenas, a carga humana a ser transladada.
Lugar de cobertura baixa com telha metálica, para proporcionar o máximo de temperatura possível; um vaso "sanitário" sem descarga e uma torneira com ralo de drenagem acima do nível do piso para que, propositalmente, o ambiente permaneça alagado com água suja e urina.
Os presos, comprimidos com sardinha em lata, ficam descalços, pisando naquela sopa de bactérias por horas à fio. 
Alimentação, só no olfato, pois o refeitório dos agentes fica ao lado.
Uma hora e meia após fazerem a regulamentar refeição, os bem alimentados agentes que nos trouxeram até ali, passam para sacar as algemas dos miseráveis que estão indo e colocá-las nos que estão retornando.
São dezenas de rotas que se cruzam neste nefasto lugar.

Terceiro ato:

Depois de infindável espera, em pé, com média de sete a oito homens por metro quadrado, o "bonde" que nos levará à penitenciária de Guareí começa a ser armado.
De dois em dois, somos mais uma vez algemados e colocados no "latão".
Um furgão recém-reformado, onde internamente foi aplicada um camada fresquinha de "undersil", um impermeabilizante preto à base de petróleo, tornando o ar do ambiente interno altamente tóxico. Experimentamos a nítida impressão de estarmos numa câmara de gás (Hi, Hitler!).
O "gentil" agente motorista nos informa que assim que ligar o motor do caminhão, ele acionará a minúscula ventuinha, coisa que só acontece cinquenta minutos mais tarde, momento em que nos colocamos a caminho da famigerada prisão de Guareí.
Esta segunda parte da viagem dos desesperados dura duas horas, com náusea e vômito dos passageiros da agonia.

Por volta das 18 horas chegamos à temporária enxovia, onde ficarei por uma semana, até começar a epopeia da parte final da desumana viagem que me levará de volta à penitenciária de Iperó, meu destino.

Quarto ato:

Depois da corriqueira humilhação do processo de descarga dos apenados, somos trancafiados numa cela que mais parece um buraco imundo, onde impera a umidade e o cheiro de bolor.

Estamos em vinte e temos que agradecer a sorte pois, às vezes, a ocupação da cela, chamada também de sarcófago, por causa do desenho que lembra um caixão de defunto, pode chegar a mais de 30 desgraçados.

Epílogo:

Às 20:30 horas, quando achamos que, acomodados, estaríamos prontos para um pouco de descanso, a tortura psicológica continuou por infinitas horas. O desespero toma conta de todos, pois um preso que se encontra no "pote" (cela de castigo), anexo, resolve se suicidar, espalhando o horror pela Unidade de Trânsito"

Espero que a noite passe logo e a Luz do dia nos traga um pouco de alento.

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Iperó, 09 de outubro de 2015

Três anos e dois meses como preso político na enxovia tucana paulista.

Reminiscência da defesa perdida.

1º- Que tipo de Justiça me julga? Legalista ou Tradicionalista? Romana ou Inglesa?

Tenho eu, a compreensão de que vivemos num país onde a Justiça de baseia no Sistema Romano, portanto, legalista. "Lex justa Lex".

Todos os atos que nortearam minha vida civil foram "pró lex". Nunca fui apreciador da contravenção, nem afeito ao ilegal, desde minha tenra infância.

Tive a divina sorte de nascer do amor de Antonio Baptista Filho, o Bauru, meu pai, por minha mãe Durvalina dos Santos Baptista, dona Durva, minha amadíssima mãe; casal de trabalhadores/empreendedores, que me transmitiu todos os valores nobres da alma humana, dentre os quais a compaixão e a justiça sempre se destacaram.

Agradeço também aos Espíritos dos meus progenitores pela poderosa capacidade intelectual com a qual me dotaram e pela infindável sede do saber.

Portanto, a riquíssima história da minha vida é escrita nas linhas da retidão e da legalidade.

Fui agraciado, também, com imenso conhecimento e experiência profissional, que sempre me proporcionou mais que minha necessidades, além de grande reconhecimento.

O antagonismo entre o hábito da Ganja (cannabis) e a Lei vigente sempre me incomodou.

O caminho do meu saber é mais que conhecido e se encontra nos autos. São quase duas décadas de intensos estudos sobre a problemática mundial da cannabis que me garantem o reconhecimento de grande "expert" no assunto no Brasil.

Sustento com inabalável fé a compreensão de ter e de estar trilhando o caminho da total legalidade.

Independentemente dos esforços do Ministério Público do Estado de São Paulo para travestir meu espírito revolucionário em criminoso traficante, baseado somente na semântica e em ilações desconexas da verdade, eu não sou e nunca serei criminoso, não cabendo a acusação e tampouco a condenação no escopo do Artigo 33 da Lei 11.343 de 2006.

Diga-se de passagem, os trabalhos desenvolvidos na minha igreja atendem a solicitação expressa na referida Lei, que é a atenção à "redução de danos", com referência direta nos artigos: 2º, 4º I, II, V, VII, IX, X. 5º I, II, III, 18, 19 I, II, III, IV, V, VII, IX, XII. 20, 22 I, II, III, V, 25, 28, 45.

O proceder institucional da minha igreja atende às exigências legais dadas às entidades religiosas que comungam do chá Ayauasca, entre elas a Igreja do Santo Daime.

Os ditames que regem relacionamentos e procederes internos da nossa Primeira Igreja Niubingui Etíope Coptic de Sião do Brasil, assim como nossos tratados com a comunidade e as representações governamentais dos três poderes, são os mesmos encontrados nas atas de reuniões do CONAD/SISNAD, que aprovaram os registros e regimentos internos das entidades religiosas da linha da igreja do santo daime.

Damos ênfase a dois pontos expressamente recomendados pelo CONAD: a manutenção material da entidade e a produção da planta sacramental.

Fica claro nas atas do Conselho que o financiamento da manutenção, aquisições e força de trabalho das igrejas são assuntos internos das mesmas, sendo a doação espontânea a forma mais comum.

Quanto à plantação/produção das plantas, a orientação aprovada em assembleia do CONAD é para o incentivo ao plantio local, para se evitar o excessivo transporte de produto controlado, sendo ideal a plantação no terreno das próprias igrejas.

Assim sempre fizemos, seguindo o que acreditamos ser de inquestionável direito humano universal.

Direitos expressos:
No Livro da Vida (Bíblia Sagrada)
- Gênesis 1.11,12,29,30; 2.8,9; 41.5,6,7
- Êxodo 20.2l; 24.15~18; 33.9~11; 40.34~38
- Números 9.15~22
- Mateus 12.1~8
- Marcos 2.23~28
- Lucas 6.1~5
- Apocalipse 22.2,3
... para citar algumas das centenas de passagens correlatas ao proceder teosófico de nosso aprisco.

- No "Pacto de São José da Costa Rica", do qual o Brasil é signatário desde 1992, em acordo com os preceitos garantidos nos artigos 11,12,13,16 e 24 do capítulo II; o artigo 29 do capitulo IV; o artigo 33 do capítulo VI.

- Na Constituição da República Federativa do Brasil, em acordo com o santo verbo da Carta Magna Brasileira, onde encontramos no título II dos Direitos e Deveres individuais e coletivos; artigo 5º de forma pétrea e inequívoca que "todos são iguais perante a Lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos seguintes termos: parágrafos I, VI, VII, VIII, IX, X, XI, XVI, XVII, XVIII, XXI, XXXV, XXXVI, XXXVII, XLI.

- Na Lei 11.343 de 2006
Acreditamos piamente que estamos abrigados na legalidade perante o novíssimo texto da Lei que corrigiu muitas imperfeições de sua antecessora.
O legislador foi feliz ao estabelecer as penalidades para o artigo 28, isentando os usuários da privação de liberdade. O que, sem dúvida, foi um grande avanço social.
Triste é o magistrado insistir em não compreender a diferença entre usuário e a prática de tráfico.

Porém, o mais importante avanço da Lei 11.343, aos olhos da nossa instituição, foi a introdução do verbete "indevido" à frente da palavra "uso" dando, assim, luz e foco ao que é realmente proibido.

Isso é tão relevante que, para não haver sombra de dúvida, o uso do termo "indevido" é repetido nada menos do que vinte e três vezes no transcorrer do texto legal.

Então, o generalizador e obscuro termo "é proibido o uso" passa para a clareza e foco da nova expressão "é proibido o uso indevido", ficando explícito que os usos são múltiplos e somente o que é indevido (entenda-se tráfico) deve ser proibido.

Compreendemos de "bona fide" que para fins religiosos, não mais seria proibido o uso sacramental da planta cannabis, pois o uso, em nosso caso, é '"devido": devido ao uso religioso, que é o mesmo motivo pelo qual o legalmente autorizado chá do Santo Daime não é proibido.

Além disso, nos enquadramos no Espírito da Lei que preconiza e redução de danos, pois os nosso trabalhos competem para a diminuição ou erradicação do uso de drogas realmente perigosas, como a cocaína, o crack e a mais devastadora, que é o álcool. Como perfeitamente esclarecido nos artigos da lei anteriormente já elencados, que condizem com o espírito da nossa entidade religiosa de pessoa jurídica absolutamente regulamentada.

- Na manifestação pública do ministro do Supremo Tribunal Federal, o excelentíssimo Dr. Celso de Mello "sobre o assunto (direito religioso), durante o processo que liberou as legítimas passeatas pela descriminalização da cannabis, conhecida como "Marcha da Maconha".
Na ocasião, o portal de noticias UOL divulgou matéria com título: "Ministro sugere que acionem o STF para liberação de substâncias ilícitas em cultos religiosos".
Segundo o UOL, estas são as palavras do ministro: - "Eu, praticamente sugeri isso (a ação) em meu voto; lamento não poder faze-lo naquele momento, por questões meramente processuais."...
E segue: "Hoje, a Constituição do Brasil, cuidando da liberdade religiosa, que admite múltiplas interpretações, reconhece o direito a quem pratica qualquer religião e o Estado tem que respeitar qualquer liturgia. Se alguém pretende discutir este tema, é evidente que isso pode ser debatido em uma ação no Supremo."

Por todas essas razões é que acreditamos nunca ter cometido crime algum.

Sempre trabalhamos confiantes em estar na legalidade constitucional e principalmente, mesmo que se analise de forma divergente do nosso pensar, tudo o que fizemos foi em boa fé. Muito longe do traficante que a promotoria tenta me transformar.

Infelizmente, por razões alheias ao processo, a 2ª Vara Criminal do Fórum de Americana e o TJSP não aceitaram a nossa tese no processo 1522/2012, e hoje me encontro enxoviado, com meus direitos fundamentais aviltados, sofrendo constrangimento ilegal há três anos, segundo a sub-procuradora geral da República, a excelentíssima Dra. Debora Macedo Duprat de Britto Pereira, em seu parecer pelo provimento do recurso ordinário em habeas corpus nº 125.434/SP, tendo como relator o próprio ministro Celso de Mello.

A denúncia não se sustenta na verdade, com ótica invertida da análise legal.

Estamos falando de um fenômeno jurídico constituído por quatro invasões à sede da nossa igreja, sendo duas pela Polícia Civil e duas pela Guarda Municipal de Americana, que geraram quatro boletins de ocorrência.

Hoje, continuo preso, respondendo a pena de 14 anos por tráfico denunciado na quarta invasão ilegal de minha igreja.

Os B.O.'s das primeiras três invasões ilegais se fundiram em uma única ação espelho, que neste momento respondo.

O termo "espelho" é para esclarecer que a situação é exatamente a mesma em todos os processos; a nossa linha de argumentação é exatamente a mesma - e isso é claríssimo, basta comparar os autos.

É tudo tão a mesma coisa - una - que o Ministério Público usa a mesma tese de acusação, usando as mesmas provas nos dois processos, a mesma retórica, o mesmo sofisma, consagrando inequivocadamente o "cacoete" ctrlC/ctrlV.

Tanto no atual processo, quanto no processo espelho, a semântica é a mesma e farta. Muita conjectura para remediar a total falta de prova de tráfico: na falta de prova factual, a palavra fica farta.

Respeitados senhores/senhoras, estamos falando de lei: Lei 11.343/2006, promulgada nos conformes federativos legítimos, uma Lei de inúmeras facetas, como as do brilhante. Faces distintas lapidadas sobre a pedra bruta que era a sua antecessora, lei velha, crua, com único propósito de punição e castigo, sobras ditatoriais do século passado.

Pena que os operadores e intérpretes da lei não tenham a sensibilidade de perceberem as novas matizes existentes no novo saber jurídico, que é muito mais humano, e continuam acondicionados ao fácil diagnóstico de crime/castigo do bruto texto da era jurídica anterior, onde o 12 e o 16 se confundiam e para o parecer jurídico se bastavam.

São pelos velhos vícios de costume de interpretação legal, somados ao rancor soberbo, que eu me encontro aprisionado.

Estou preso pelo crime de ousar do direito do saber, por questões filosóficas. Portanto, sou preso político. Talvez o primeiro preso político do terceiro milênio.






segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Uma jornada ao inferno

Não quero me esquecer, por isso escrevo.

O dia 13 de agosto amanheceu gelado na Penitenciária Odon Ramos Maranhão, em Iperó.

Hoje minha prisão completa três anos. Um calvário injusto, um lugar insalubre, uma sociedade profundamente doente.

São cinco e meia da manhã e eu desperto, após uma noite mal dormida, na cela destinada ao presos que saem para "sumariar" processos em outras cidades.

Tenho de ir para Americana, distante 140km de Iperó, onde serei interrogado novamente pelo juiz, a respeito das atividades da minha igreja rastafári.

Meus colegas de presídio haviam me prevenido sobre o chamado "trânsito" e sei, de antemão, que esses 140km se transformarão em vários dias de sofrimento.

A cela do "trânsito" não passa de um cubículo escuro e sem ventilação, onde pudemos jogar nossos esqueletos em velhos colchões infectos. 
Sem saber se era dia ou noite, adormecemos.

Cinco e meia da manhã e os agentes nos alertam para ficarmos prontos, vestidos apenas com bermuda, camiseta e chinelo. Já sabemos que não deveremos usar cuecas, pois os PM's ficam furiosos quando isso acontece.

Saímos daquela cela, demos alguns passos em direção ao caminhão de transporte. A manhã estava muito gelada!

Mandaram que tirássemos os chinelos e assim aguardamos, em pé, por mais de uma hora, até a chegada dos funcionários que iriam nos acompanhar. Aí, então, mandaram que tirássemos as roupas, fizéssemos os agachamentos e tudo o mais que é exigido. 

Levamos nossas sacolas conosco, com todos os nossos pertences.

Depois dessa revista, mandaram que entrássemos no caminhão, descalços e sem camisa. 

O caminhão de transporte é uma tortura à parte: tem uma chapa dividindo a carroceria ao meio, na longitudinal. Nós sentamos de um lado, onde fomos algemados num cano e acorrentados pelos pés. Nossos rostos ficavam bem próximos da lataria e, por ventilação, apenas uma ventana. Do outro lado, jogaram nossas sacolas.

A escuridão lá dentro só era quebrada porque conseguíamos ver a claridade penetrando pelas frestas das chapas de aço.

E ali ficamos por mais de hora, com o sol esquentando aquele metal.

A friagem que vinha dos pés, entretanto, permanecia.

Finalmente o caminhão começou a andar e pudemos receber algum ar para respirar.

Quarenta minutos depois, mais ou menos, chegamos em Capela do Alto. Para nossa surpresa, naquele espaço exíguo, colocaram mais cinco pessoas. Éramos nove, agora, amontoados e algemados naquele transporte.

Foi bom termos ficado sem tomar o café da manhã porque o balanço do caminhão certamente nos faria vomitar.

Eu lembrava das imagens dos trens que transportavam judeus para os campos de concentração. Onde chegaríamos? O que nos aguardava? Pedia à Jah força e coragem.

Acredito que rodamos mais uma hora e meia e o caminhão parou novamente. Devia ser hora do almoço e estávamos na penitenciária de Guareí, uma "rodoviária". Os agentes pararam para almoçar e mandaram que saíssemos um a um para usar uma espécie de banheiro. 

Nessa pequena caminhada - do caminhão até o cubículo improvisado em banheiro, pude ver uma avenida, algumas árvores e carros, o céu azul, e me alegrei com aquilo. Há três anos não via o céu. Respirei profundamente algumas vezes, tentando reter na memória aquele breve momento. Muito breve momento. 

Os agentes jogaram nossas sacolas no chão, mandaram que pegássemos qualquer uma delas e nos dirigíssemos à uma espécie de corredor, onde, enquanto nós chegávamos, outros presos saíam.

Nesse corredor haviam três celas. Estávamos em quase setenta prisioneiros e fomos divididos em grupos de mais ou menos vinte e cinco.

Mortos de fome, sede, cansaço, calor. E com os pés no chão.

Na cela em que fiquei, haviam três treliches, nenhum colchão; o banheiro se resumia  a um buraco com um cano logo acima, e do outro lado havia uma torneira a meio metro do chão. Não sei se proposital ou não, o piso fazia com que a água se acumulasse no meio da cela. Deve ter sido erro dos construtores, não é?

O fato é que não somos animais. Somos seres humanos e, desta forma, procuramos agir com o máximo de inteligência e conseguimos, um a um, tomar banho e fazer nossas necessidades. A única recordação boa, digamos assim, foi a comida servida: era saborosa. Tinha salada de folhas, coisa que não vemos em Iperó.

Existe uma regra nos presídios que nos obriga a dizer por que estamos presos e, quando chegou minha vez, notei um silêncio naquele tumulto. Então o "pastor" da "igreja da maconha" estava ali? Tive que contar minha história várias vezes.

Eu estava vivendo aquela história insana. Por que meu Pai me reservou este cadinho de dor? Cada vez que me fazia esta pergunta, meu espírito se obrigava a fortalecer. Isso também iria passar.

As horas passaram, o barulho foi diminuindo, o sono chegou. E entre amarguras e esperanças, dormimos naquele lúgubre espaço da Penitenciária de Guareí.

Estava escuro ainda, quando fomos despertados pelos agentes batendo grade e mandando que nos aprontássemos.

Passamos por todo o protocolo de revista novamente (a cada chegada e a cada saída era isso) e subimos num outro caminhão - maior, onde fui algemado a um tal de "Gigante". Por falta de espaço, eu e o "Gigante" ficamos mais juntos do que irmãos siameses. O pior é que ele não foi com a minha cara. Do outro lado, um psicopata gritava: - "quem vomitar morre! Eu já matei nove e tô loco pra matar mais um!"

E assim seguimos para Itapetininga, onde uns desceram e outros subiram. Mais uma hora e meia e chegamos na "rodoviária" da Penitenciária de Hortolândia - o mais próximo das paisagens infernais que Dante Alighieri descreve em seu livro.

O protocolo foi seguido novamente, causando muito constrangimento a todos nós.

Fomos levados - mais de cem homens - para uma cela pequena, onde nada mais restava senão ficarmos em pé, colados uns aos outros. Novamente me lembrei dos campos de concentração nazistas que vi tantas vezes em filmes. Eu estava ali, vivendo aquilo. Jah! Conforta meu espírito e não permita que eu tombe.

Havia muitas preocupações fervilhando em minha mente, mas aquela situação esdrúxula, por demais dolorosa, no Estado mais rico do Brasil, ocupava meus pensamentos. Eu pensava, pensava, e não encontrava explicação do por que o Estado, o Sistema, precisava ser tão cruel.

Acho que nunca me senti tão só como naquele espaço apertado, onde mal conseguia me mover. 

Estava algemado a um outro prisioneiro. Devo lembrar que as algemas de Guareí eram um sofrimento à parte.

Como eu disse, a P5 de Hortolândia funciona como uma "rodoviária", onde os presos partem para "sumariar seus BO's" nas cidades de origem. Era nossa obrigação ficarmos atentos ao chamado dos agentes quando eles gritavam o nome das cidades.

Finalmente gritaram Americana! Fui pedindo licença, em meio àquele aperto, algemado ao outro preso, até a porta da cela. Os agentes retiraram a algema apertada de Guareí. Que alívio! Um rápido alívio, pois logo vieram os agentes do CDP de Americana e colocaram outras.

Novamente o protocolo de revista, novamente o caminhão de transporte mas - pasmem - muito pior que os outros (se é que seria possível esta classificação). Mas era pior, porque eles carregavam dentro um tambor de óleo diesel. E ali ficamos - quatro pessoas - naquele caminhão apertado e sem ventilação, com o cheiro forte do diesel, por um bom tempo.

Eu só pensava em chegar logo em Americana. Saímos de Iperó na quinta-feira de manhã e já era sexta-feira à tarde. 

O caminhão finalmente se pôs a caminho. Reconheci, sem ver, a Rodovia Anhanguera, o pontilhão da Goodyear e a subida do CDP.

Mais uma vez a revista, mais uma vez um corredor estreito, mais uma vez uma cela apertada.

A latrina, o banho frio, o choque de personalidades, a exposição do "seu crime"... e, por fim, a exaustão, o sono pesado, o desejo de despertar do pesadelo.

O dia seguinte foi um sábado. Recebemos o café da manhã saboroso e mais uma vez a inevitável comparação com o desjejum oferecido em Iperó. 

Pude lavar minhas roupas e me conscientizei de que precisamos de muito pouca coisa para sobreviver: um cobertor, uma toalha de banho, duas camisetas, duas bermudas e um chinelo.

A cela de trânsito do CDP de Americana é um corredor de serviço. Graças à Jah, outros prisioneiros mandaram uma TV. Tudo seria muito pior sem ela, pois a convivência com quem não conhecemos nem sempre é fácil.

Eu, então, comecei a me concentrar no depoimento que daria em juízo. Por que meus advogados não foram falar comigo em Iperó? Como estariam meus queridos? Estariam preocupados comigo? Como seria a minha defesa? Estaria sozinho?

Perguntas e aflições perpassavam minha alma como flechadas. Eu me apegava com meu Pai misericordioso: Ele não me abandonaria.

Comecei a escrever com afinco. Faria a minha defesa eu mesmo.

Mas, como nada é fácil dentro do ambiente prisional, tive que explicar para os outros o que tanto escrevia. Tive que mostrar aos outros do que se tratava: a falta de confiança gera graves transtornos. Pensam que tudo é feito com o intuito de delação. Um horror à parte.

Mais uma vez me dei conta das pequenas coisas que podem nos trazer alento e esperança. Pude dormir num colchão, sozinho. A comida era boa e tinha até um doce de sobremesa. O banho era frio, mas não como em Iperó: lá a água é gelada. E o banheiro tinha alguma privacidade.

Desde que saí de Iperó, meu intestino não funcionou. Certamente em razão da total falta de privacidade, ou seja, onde um comia o outro "cagava". Será que um dia saberei a explicação dessa humilhação imposta pelo Sistema Prisional?

E passou o fim de semana. E nenhuma noticia dos advogados ou de quem quer que seja.

Pedi uma entrevista com o diretor do CDP e perguntei se ele poderia me autorizar a levar as 30 páginas que havia escrito até o fórum e ele disse que não, que o preso não é autorizado a levar papel algum.

Num gesto de desespero diante da situação, pedi ajuda a um advogado que estava por ali. Invocando uma ajuda humanitária, pedi que ele entregasse aqueles papéis no fórum de Americana naquela tarde, pois eu me sentia em total desamparo.

Dá para imaginar o estado de espírito que me assaltou diante de dias tão dolorosamente atravessados?

Por fim, algemado nas mãos e nos pés, escoltado por uma viatura da Policia Militar que, diga-se de passagem, me tratou com respeito, fui levado ao fórum.

Só então senti-me aliviado. Estavam todos ali, os que me querem bem, os que acreditam em mim e aqueles a quem a "injustiça" alcançou com suas garras.

Foram várias horas de tensão. Meu futuro em jogo. 

Em breves momentos pude rever amigos que me são caros, que passaram horas naquele local para expressar solidariedade e amizade.

Mentalmente, dirigi uma prece de gratidão à Jah.

E isso foi apenas a metade do caminho. Faltava a volta. O fim da linha, para mim, seria novamente a Penitenciária de Iperó. 

Eu retornaria ao mesmo local, à mesma cela, onde conquistei uma cama, após dois longos anos dormindo no chão?

O "trânsito" do retorno foi pior, se é que pode ser possível piorar algo já péssimo e cheguei em Iperó dia 27 de agosto, dezesseis dias depois.

Seriam 280km de distância - ida e volta. Duzentos e oitenta quilômetros que duraram dezesseis dias.

Dezesseis dias de superlativo sofrimento físico e moral.

Para arrematar minha jornada ao inferno do Sistema Prisional Paulista, conto, ainda, que perdi minha vaga, minha cama e a "família" que havia cultivado nos dois últimos anos.

Agora, voltei à dormir no chão da cela, com um desconhecido colocando o pé em meu rosto. 
Começo do zero.

Mais do que nunca, reconheço a força do meu Jah. É ele que me sustenta, me fortalece e me dá o refúgio do Seu amor, da Sua misericórdia.

Passei por uma provação muito grande e em meu coração só sinto gratidão, gratidão.

Nas horas mais amargas, este poema me inspirou e me fez compreender Espíritos como o de Nelson Mandela, que passou pelas agruras do cárcere:

Dentro da noite que me rodeia
Negra como um poço de lado a lado
Agradeço aos deuses que existem
por minha alma indomável
Sob as garras cruéis das circunstâncias
eu não tremo e nem me desespero
Sob os duros golpes do acaso
Minha cabeça sangra, mas continua erguida
Mais além deste lugar de lágrimas e ira,
Jazem os horrores da sombra.
Mas a ameaça dos anos,
Me encontra e me encontrará, sem medo.
Não importa quão estreito o portão
Quão repleta de castigo a sentença,
Eu sou o senhor de meu destino
Eu sou o capitão de minha alma.

terça-feira, 21 de julho de 2015

Iperó/SP, 30 de outubro de 2014 - (dois anos e dois meses no escuro vale da masmorra paulista).

Que a glória de Jah nos ilumine e nos proteja das misérias humanas.

Amados e amadas é chegado o momento de decidirmos qual pílula tomar: a vermelha ou a azul.

Os espíritos escuros que formataram a infeliz realidade que nos afoga nesta hedionda matrix foram muito eficientes!

O embargo mundial da cannabis, reconhecidamente o maior estelionato da história da humanidade, juntamente com todas as grandes guerras da atualidade, gerou um prejuízo material e espiritual sem precedentes.

A proibição total da Sagrada Cannabis em prol do vampirismo petroquímico contra o “espírito de Gaia” gera mais sofrimento aos filhos de Jah (Deus) que a soma de todas as guerras.

A avidez destes “demônios” (do grego: espírito) pelo acúmulo absoluto do dinheiro, que gera o poder total, perverteu a realidade, transformando o mal em bem e a graça em desgraça.

O petróleo, a mais nociva e estúpida fonte energética, foi elevado ao posto de mais importante commoditie mundial, como locomotiva do desenvolvimento tecnológico.

Para que este criminoso golpe desse certo, foi engendrado a maior mentira contra a humanidade e o planeta, nossa amada Gaia.

Os estelionatários da indústria petroquímica norte-americana se mancomunaram com outros abutres do sistema de especulação econômica daquele País para se livrarem do único empecilho à dominação global do mercado energético: a cannabis nas suas três variedades: sativa, índica e ruderalis.

Sem o embargo mundial da cannabis, o petróleo nunca teria prosperado, pois tudo o que se obtém do concentrado fóssil se consegue com a renovável e sustentável cannabis.

Hoje são conhecidos mais de 25 mil produtos derivados da Planta Sagrada.
Para atingirem os inescrupulosos objetivos de domínio total, foi concretizado o plano de demonização da planta mais benéfica que Jah deixou para a humanidade.

Do começo do século passado até a proibição mundial, esta conspiração empreendeu um gigantesco lobby no congresso norte-americano e um plano de mídia nacional que deixaria Joseph Goebbels, o marqueteiro de Hitler, enciumado. De 1922, quando a Dupont patenteou o nylon, salvando a indústria do petróleo da extinção, até 1937, ano em que o senado do “Tio Sam” decretou o ato e proibição da cannabis, o povo norte-americano foi bombardeado com notícias mentirosas publicadas/plantadas em todos os grandes jornais e nas redes de rádio e televisão, de costa a costa dos EUA. Este maquiavélico plano deixou o povo norte-americano em pânico, solidificando no inconsciente coletivo a demonização da planta sagrada. A história desta hedionda conspiração está registrada no trabalho da vida do Professor de Direito Charles Whitebread, da Universidade da Virginia.

É importante salientar que no mesmo ano da criminosa proibição da planta cannabis nos EUA, foi promulgada sua proibição aqui no Brasil. Proibição (embargo) que coincide com a data da fundação da Petrobras, no governo Vargas.

Nunca existiu um estudo científico confiável ou que prove algum malefício da cannabis aos seres humanos, pois não há nada nela que nos prejudique.

A única intenção sempre foi a proibição da commoditie agrícola, que era a plantação absoluta nos EUA e dominava o comércio global, principalmente dos derivados da fibra canábica para cordas e velames, usados na indústria naval, além da polpa de celulose, como única base, até então, na produção de papel e derivados.

Sem este crime contra a humanidade, a indústria petroquímica não teria prosperado e hoje não estaríamos sofrendo o castigo do aquecimento global.
Se considerarmos o passivo ambiental que a estúpida extração e queima do petróleo tem causado nestes 100 anos de extração extensiva, agregado ao catastrófico aumento da temperatura do planeta pelo acúmulo de CO² na atmosfera, mais os custos das internações hospitalares, atendimentos médicos e medicações utilizadas no tratamento de milhões de pessoas ao redor do mundo devido aos graves problemas de saúde provocados pelos derivados petroquímicos, teremos números na casa das dezenas de trilhões de dólares. Esta conta é dos prejuízos diretos inerentes ao pecado do abuso do petróleo. O prejuízo do sofrimento espiritual é incalculável.

Mas vamos aos outros vieses desta nefasta opção imposta ao mundo como “solução energética” propagandeada como “Black Gold” – Ouro Negro.

Com o súbito embargo mundial da cannabis, milhões de agricultores em todos os países do mundo viram-se falidos da noite para o dia.

Como a Erva Sagrada era opção agrícola mundial, os camponeses, em sua maioria, conheciam somente as técnicas inerentes ao cultivo da cannabis. É importante salientar que a cannabis era a única planta que se adaptava ao cultivo em todas as latitudes do planeta, salvo os círculos polares.

Com a draconiana proibição, os agricultores se encontraram sem alternativa para suas fontes de subsistência.

Para exemplificar, podemos citar a “grande depressão econômica dos EUA”, entre as décadas de 20 e 30 do século XX. Ao lado do estelionato que os Ksares do sistema econômico estadunidense – leia-se banqueiros – aplicaram no povo norte-americano, o êxodo rural causado pela proibição da “hemp”, como a cannabis é conhecida naquele país, se transformou no maior drama humano da história norte-americana.

Como já dissemos, tudo o que se faz com o petróleo, já se fazia com a planta cannabis – salvo o passivo ambiental, o aquecimento global e outras mazelas. Porém, muitas coisas que se faz com a cannabis, não são possíveis se obter com o petróleo, por exemplo: alimentação.

Neste contexto a Erva Sagrada é imbatível.

A cannabis é simplesmente a mais rica fonte nutricional que Jah legou para a humanidade. Ela foi a primeira planta cultivada pelos nossos ancestrais: uma riqueza agrícola tão importante que, desde os primórdios, se entrelaça à história humana. Na Bíblia encontramos muitas dezenas de citações desta maravilhosa planta. Ela é a “flor de farinha” do pão sem fermento (pão ázimo), a cana de linho, o incenso, a cana de espigas do sonho do faraó, o óleo de unção, a base de produção do “novo vinho”; Canaã se traduz como terra da cannabis, cananeu é o morador/agricultor da terra da cannabis.

Por todos os seus atributos e utilidades, a Erva Sagrada era denominada “o Manah do deserto” e/ou a “árvore da vida”, que sempre esteve conosco, desde o paraíso.

Como alimento ela é a única fonte que atende a todas as necessidades nutricionais que nosso organismo precisa. Ela é a única fonte alimentar vegetal que contém todos os óleos ácidos graxos essenciais, como o Ômega 3 e Ômega 6, e a produção chega a ser de 2 a 3 vezes maior que a soja e o trigo.

Além de todas estas vantagens, no manejo agrícola, ela dispensa o uso de herbicidas, inseticidas e adubação.

Ao contrário de outras lavouras, ela não degrada o solo, promovendo a recuperação do campo. É considerada também o melhor remédio para cicatrização de voçorocas e erosão. Podemos dizer que a cannabis é ambientalmente perfeita.

Em todos os quesitos de produção, ela é superior às outras plantações.

Enquanto que das outras culturas agrícolas se extrai um único produto-base, da cannabis se retira produtos distintos: a semente para alimento e extração de óleo; a casca do caule para fibras que se transformam em cordas, fios e diversos tecidos; a polpa do caule, para derivados de papel e papelão.

Isso significa que, tanto o simples camponês como os grandes empresários do agronegócio conseguem um faturamento expressivamente superior com a cannabis em relação às outras culturas, além de gastarem uma fração do que se gasta com os insumos – sementes transgênicas, herbicidas, inseticidas e adubação- das opções de cultivares que temos na atualidade. Aliás, esta revolução agrícola já está em andamento na Europa, onde vários países ocupam cada vez mais os campos com a planta cannabis. São plantações de alto rendimento, que usam as mais avançadas técnicas agrícolas.

De todas as benesses que a cannabis nos oferece, o uso medicinal é, sem dúvida, o mais maravilhoso. Esta divina planta tem o poder curativo para nada menos que 60% dos problemas de saúde da humanidade. Ela é o mais eficiente remédio para a depressão.

Gostaria de salientar que o termo “uso recreativo” é formatação da “matrix” para indicar, pejorativamente, a tendência dos usuários da cannabis, negativamente chamados de “maconheiros”.

Todo o fumante da erva o faz como automedicação, por predisposição genética. Usamos a erva por memória genética. Uso recreativo é, como diria Odorico Paraguaçu: “pura invencionice!”.

Entre o cabedal de cura da cannabis, as principais moléstias tratáveis são quase todos os tipos de cânceres e doenças neurológicas como a epilepsia, esclerose múltipla, Alzheimer, entre outras. A erva é também o mais eficaz remédio para o glaucoma e para as crises de náusea decorrentes das rádio e quimio terapias.

Oportuno enfatizar que não estamos falando de novas descobertas. O uso da cannabis como medicamento é milenar e conhecido da ciência moderna há mais de quarenta anos. Para se ter uma ideia, a Associação Americana do Câncer fez a mais compreensiva pesquisa que comprova a eficácia da planta cannabis no combate a esta terrível doença, no início do século passado e a USP (São Carlos) confirma que conhece os resultados do poder curativo da planta sagrada há mais de 30 anos. Não estamos falando de descobertas científicas do mês passado. O poder curativo da cannabis é de conhecimento milenar, de direito popular e inequivocadamente de classificação fitoterápica.

O que estamos assistindo hoje pela mídia nacional é a reedição do mesmo criminoso estelionato cometido pela indústria petroquímica, só que agora o estelionato está sendo aplicado pelas transnacionais da indústria farmacêutica.

Os lobbys já estão montados para garantir o monopólio da extração/exploração dos princípios ativos da santa planta, para garantir o controle total do lucro pornográfico, que os laboratórios internacionais têm com o sofrimento da população.

Como a cannabis é uma planta fitoterápica, de conhecimento ancestral, ela não pode ser patenteada. Então, a estratégia deste grupo de abutres, que vive da desgraça humana, é esquartejar a substância primal, separando os diversos princípios ativos (THC/DBO/CDB/CBO, entre outros), garantindo, assim, a exclusividade na venda deste presente de Deus para nós. Se ninguém pode patentear uma planta, os processos de separação dos princípios ativos é possível garantindo, assim, a perpetuação deste “circo de horrores”.
Hoje já ouvimos, na Comissão do Senado que trata do assunto, a voz de senadores propondo exatamente isso.

Vejamos então o mapeamento dos interesses na manutenção da proibição/embargo/extinção da cannabis:

- Indústria Petroquímica
- Indústria de papel de eucalipto e pinus
- Indústria do Nylon
- Lobby das entidades do poder repressor
- Indústria de venenos agrícolas
- Indústria de sementes transgênicas
- Espírito político proibicionista ditatorial dos três poderes
- Lobby agrícola do trigo europeu
- Banqueiros e investidores internacionais
- Indústria do tabaco
- Indústria do álcool
- Lobby religioso evangélico
- Indústria farmacêutica europeia e norte-americana
- Laboratórios de pesquisa
- Grandes conglomerados da mídia

É evidente que o teatro de demonização da cannabis não contou com todos estes atores desde o início desta ópera bufa. No início eram três, com o passar do tempo, os outros espíritos avarentos compreenderam a oportunidade e se juntaram a este baile macabro.

Eu, que hoje, encarcerado injustamente, respondo por um “dois oito oito” pacificamente atesto:  se isso não caracterizar “formação de quadrilha”, o Espírito da Justiça Universal  não estará somente cego, estará também mudo, surdo, amordaçado, algemado e morto.

Bem, falamos dos nefastos lucros de poucos sobre simplesmente toda a humanidade. Vejamos, então, os prejuízos:

- Meio Ambiente: o maior passivo ambiental do planeta e seus custos para encenar reparação; o aquecimento global irreparável, que pode/irá deixar expressiva parte da população mundial desabrigada com a inundação de áreas costeiras em todos os continentes e ilhas, sendo que muitas delas desaparecerão; aumento significativo da desertificação, de furacões, tornados e derretimento das geleiras e das calotas polares. Preocupado com estes eventos catastróficos do aquecimento global, o mestre Jack Herer (in memorian) tem a receita de como salvar o planeta com a cannabis:  http://www.jackherer.com/thebook/

- Agricultura: degradação e envenenamento das terras agricultáveis de todo o globo; desmatamento de áreas verdes e florestas; aumento vertiginoso dos custos de manejo e produção das commodities agrícolas e consequentemente do preço dos alimentos.

- Direitos humanos/ sofrimento espiritual: a proibição mandatória e draconiana criou o segundo maior drama da alma humana. Para atender ao embargo total, foi montado um desumano aparelho de patrulhamento ideológico com um formidável sistema de repressão, que se alastrou pelo planeta, causando o mais violento atentado às liberdades e aos direitos humanos. Este espírito opressor criou forma e ganhou nome: “Guerra às Drogas”. Alimentado por descomunal volume de verbas governamentais, virou um monstro do apocalipse que espalha dor, sofrimento, prisão e morte por todos os cantos da Terra.

Não existe um único relato de morte diretamente ligada ao hábito de se fumar cannabis. Ela é a substância mais suave e segura para o corpo humano. O único problema está no devastador efeito colateral da hedionda ação repressora e punitiva, além da guerra entre gangues de traficantes e a polícia, que espalha horror e sofrimento. Esta é a mais purulenta ferida da miséria humana.

Um dia nos envergonharemos deste nosso presente.

- Saúde Pública Mundial: o viés mundial da cannabis é, sem dúvida, a questão da “saúde pública”, e isso se dá em duas vias. Por um lado está a questão nutricional já relatada aqui. A lacuna alimentar criada depois que proibiram a planta sagrada, foi preenchida pelo trigo, que é uma fonte alimentar de poder nutricional medíocre, enquanto a semente de cannabis é o mais nutritivo alimento disponível. Como, hoje, o trigo é a base alimentar mundial, temos uma população com grande déficit nutricional, fato que gera inúmeras doenças, inclusive o câncer.

A outra face macabra desta infeliz história está ligada ao combate direto às doenças que assombram a humanidade, sendo o câncer a mais atroz de todas. Aqueles que passam pela experiência desta odiosa enfermidade, sabem do sofrimento físico e espiritual ao qual nos referimos, sem falar que, na maioria das vezes, além do desfecho funesto, a família acaba falida, devido aos custos extorsivos dos pseudo-tratamentos.

Vale a pena lembrar que, além das doenças degenerativas, as enfermidades não fatais, mas que trazem muita dor e sofrimento, também são tratadas pela planta cannabis. Entre estas se destaca a tensão pré-menstrual, onde desde a antiguidade, a Erva era usada no tratamento deste mal que acomete boa parcela das mulheres. A Rainha Vitória da Inglaterra, por receita do médico da família real, usava a cannabis para aliviar o desconforto mensal das cólicas menstruais.

Depois desta rápida análise sobre a “Real Verdade” que existe enterrada no lodo da atual “matrix”, da identificação dos programadores do “sistema operacional” que solidificou a mais cruel e mentirosa virtualidade já implantada no inconsciente coletivo da raça humana, através da demonização da Planta Sagrada, vamos agora, resumidamente, projetar um futuro com a cannabis livre.

Para tanto, precisamos compreender que o hábito milenar de se fumar cannabis é o uso de menos significância que podemos fazer da erva.
Esta prazerosa forma de automedicação foi tão somente o “bode expiatório” da nojenta trama para o embargo da “Árvore da Vida”, que João relata em Revelações (apocalipse) 22-2: “no meio da rua da cidade, de um lado e do outro do rio, lá estava a Árvore da Vida, que produz doze frutos (hoje conhecemos vinte e cinco mil frutos dela) dando a cada mês seus frutos; e as folhas da árvore eram para a cura das nações.”

Com o pecado cometido contra a vida do planeta através da extração e vaporização do carbono fóssil, que a Natureza Divina demorou milhões de anos para colocar em lugar seguro, nas profundezas da Terra, nós estamos pagando o castigo do aquecimento global.  O agravamento da saúde do planeta, que começa a entrar em estado febril, vai e já está nos obrigando a compreender que, se continuarmos nesta insana e desabalada carreira, não teremos futuro como espécie.

Hoje os líderes mundiais já discutem as maneiras de se reduzir a emissão de carbono na atmosfera; e nós sabemos que o único meio de salvarmos nossa raça do caos é com o abandono do uso do petróleo e o seu inevitável embargo. Não existe outra maneira de atingirmos este gol sem decretarmos o embargo do famigerado “ouro negro”; e neste momento a cannabis será reabilitada como redentora da humanidade.

Como já disse aqui, é só visitar a página do mestre Herer na internet que a solução está lá.

A sustentável cannabis pode fornecer todo o combustível necessário para empurrar o desenvolvimento global de forma limpa e segura, sem comprometer as gerações futuras, livrando-nos do amanhã negro que a néscia opção pelo petróleo nos reserva. Tudo isso por uma fração do preço que pagamos hoje em dia pelo pestilento combustível de carbono fóssil. É inconteste que um litro de óleo extraído de uma planta que brota na superfície da terra é mais barato que o litro de óleo de petróleo, que requer gigantescas operações estratégicas de perfuração, extração, transporte e refino. E estamos falando somente dos custos pecuniários, sem levar em conta os custos ambientais e de saúde pública.

Vislumbramos aqui uma mudança da “matrix” energética mundial de altíssimo valor agregado, que compreende o futuro da humanidade, para um padrão de tecnologia branda, barata, não poluente, não venenosa, com cem por cento de sustentabilidade e inesgotável.

A única barreira para a mudança desta triste realidade está na avarenta sede de lucros máximos dos espíritos especuladores, que se refestelam no dinheiro sujo do petróleo.

A libertação da planta que nos salva, vai mexer com a realidade econômica do mundo e quebrar a hegemonia do lucro escravizante que impera nos tempos atuais.

Esta “Revolução Verde” mudará o cenário econômico mundial e além do setor petroquímico, a formatação da agricultura atual também sofrerá enorme abalo, onde novas forças progressistas aparecerão e a vigente base química será descartada, levando à falência muitas empresas que hoje lucram com o envenenamento do planeta.

Para atender à demanda energética e nutricional dos mais de sete bilhões de habitantes de nossa morada celeste, milhões e milhões e hectares de cannabis serão plantadas ao redor do mundo e outras culturas, como milho, soja e algodão, cederão espaço para a Erva Sagrada, que não necessita herbicidas, inseticidas e outros venenos, além de insignificante correção do solo. Devemos lembrar que as enormes áreas ao redor do planeta, que atualmente se encontram abandonadas para a agricultura, serão recuperadas pela ação reparadora do solo que o cultivo da cannabis proporciona.

Assim como já ocorre neste momento na Europa, acontecerá em todos os lugares: os agricultores que hoje sustentam estes gigantescos conglomerados transnacionais das indústrias agroquímicas, se libertarão dos grilhões do perverso modelo imposto por esta “matrix” distorcida.

Imaginemos os desdobramentos desta divina e reparadora reação em cadeia.
Para continuar este raciocínio, é preciso compreensão de que este movimento de reabilitação agrícola da cannabis já está em andamento, com o necessário conhecimento tecnológico de manejo e o mais moderno maquinário disponível.
O lucro para o homem do campo com a economia operacional, diversidade de produtos e da superior produtividade da cannabis é realidade registrada inconteste.

Com a entrada do Brasil neste novo cenário mundial, num primeiro momento, a economia europeia sofrerá abalo, principalmente em dois dos mais importantes pilares de sustentação do mercado europeu, que são as indústrias farmacêuticas e a agrícola daquele continente.

Senão, vejamos: sabemos que, ao lado do arroz e do feijão, a farinha de trigo é uma das três mais importantes fontes de alimentação brasileira.

Sabemos também que o trigo é um grão nutricionalmente vazio contra a semente de cannabis, que é praticamente perfeita neste quesito, além da produtividade expressivamente superior.

Para suprir a descomunal demanda de farinha, o Brasil planta dez por cento do trigo que consome, sendo, por questões climáticas, o trigo brasileiro de baixa qualidade. Outros dez por cento vêm da Argentina e o restante, oitenta por cento, é importado da Europa e Canadá.

A farinha de cannabis, citada no Velho Testamento como flor de farinha, é a única farinha que pode competir com o trigo na culinária e indústria alimentícia, de sabor agradável e a vantagem nutricional já descrita.

Se a agricultura brasileira começar a fornecer a semente de cannabis para os moinhos transformarem em farinha, mudando a fase desta base alimentar, nós (o Brasil) quebraremos a economia europeia.

Primeiro, porque o trigo europeu não tem como competir com a cannabis em nenhum quesito de comparação. O trigo perde para a cannabis em preço, produtividade, qualidade culinária e qualidade nutricional.

Segundo, porque se a população brasileira, que hoje sofre de déficit nutricional por causa do trigo, passaria a ter uma condição de saúde superior, evitando assim as doenças correlatas à desnutrição, como é o caso d câncer.
Considerando-se que um povo sadio não usa remédios, que os remédios da cannabis tratam sessenta por cento dos males humanos com mais eficiência, tendo custo muitíssimo inferior às drogas da indústria farmacêutica, podemos prever a quebradeira destes laboratórios, de absoluta maioria europeia.

Prevendo este movimento, os agricultores europeus estão se antecipando e a cada safra as áreas plantas batem recordes, consolidando a cannabis como um cultivar de alto rendimento.

Enquanto os europeus dão “bananas” para o proibicionismo repressivo e desumano imposto pelos badboys do Texas e da Wall Street, se preparando para um novo ciclo de desenvolvimento sustentável, nós, tupiniquins, nos debatemos no alagadiço da ignorância do nosso inconsciente coletivo brasuca.
Sem saberem que são vítimas da situação, grupos religiosos (leia-se evangélicos) engrossam o caldo dos proibicionistas, gritando jargões mentirosos criados no início do século XX, que solidificam o não pelo não, sem a mínima base da razão. Pois a cannabis, que convencionamos chamar de “maconha” não faz mal algum para os seres humanos, nem para outros animais. Não queima neurônios – na verdade ela é um lubrificante neural – e, como dizem os cientistas, a molécula do THC é um “ligante”, uma chave que faz a ligação entre dois neurônios ativando a sinapse. No final deste processo, através de uma descarga elétrica, o delta 9 tetrahidrocanabinol se desintegra sem causar dano algum.

Mais uma vez: o THC é uma substância fitoterápica das mais suaves e seguras que temos à nossa disposição e vêm junto com uma cesta de outros princípios ativos de grande poder curativo.

Quando acordarmos, como sociedade, deste transe hipnótico da demonização da cannabis, daremos um grande passo rumo ao almejado futuro sustentável.
Hoje me encontro preso, condenado injustamente a quatorze anos de prisão por tráfico de drogas. Nunca trafiquei nada. Minha conduta moral em relação à sociedade à qual estou inserido é ilibada.

Plantei a Erva Sagrada no interior de minha igreja, para uso sacramental, garantido no seio da Constituição brasileira.

Plantei sementes de uma Erva que é um presente de Deus, assim como descrito na Gênesis 1-11,12,29.

Faço parte da triste estatística desta estúpida proibição, que nos expõe ao pior da miséria moral que aflige a humanidade da atual “matrix”.

Enquanto não acordarmos e não sairmos deste transe coletivo que só traz sofrimento e atraso espiritual, estaremos contribuindo para a perpetuação do poder cinza de homens totalmente desprovidos de estatura moral, que operam o Sistema, por traz das cortinas desta pseudo realidade que nos aprisiona.

Só não vê quem não quer. É de fácil compreensão. Está estampado em todos os lugares. É só reparar no mar de lama em que a Petrobrás se afunda. A Polícia Federal está prendendo estas escuras figuras aos montes, na Operação Lava-Jato. É deste tipo de gente que estamos falando, pessoas que vendem suas almas para atingir seus objetivos a qualquer custo.

Fiquem tranquilos: não existe escrúpulos para estes espíritos escuros. E posso vos afirmar que estas poucas linhas não relatam um enésimo da “Real Verdade”.

“... e conhecereis a Verdade e ela vos libertará.” (João 8-32)

Por mais inacreditável que esta exposição possa parecer; por mais louca que esta figura quixotesca que vos escreve possa assemelhar-se, eu venho perante a vossa presença para este testemunho.

Não sou pregador do apocalipse e não necessitas crer no que acabas de ler. Mas as provas desta macabra conspiração, que nos arrasta ao sofrimento, estão nas pontas de seus dedos.

É só pesquisar e comprovar.

Doo, hoje, minha liberdade em expiação à Luz da “Real Verdade” como oferta à liberdade do maior presente que Jah (Deus) nos deu. Esta Erva que tanto amo, conhecida mundialmente como cannabis – a cana de dois sexos – e tida em minha fé como “A árvore da vida”.

Até então, o manto da ignorância eclipsava a “Luz de Sofia”. A ignorância até hoje pôde ser usada como álibi dos legisladores, dos operadores da lei e dos demais atores políticos responsáveis por esta pantomima macabra.

Mas a partir de agora, assim como eu, vossa senhoria também conhece a “Real Verdade”, e por ela agora todos somos responsáveis.

Oportuno dizer que ontem a Capoeira foi reconhecida como Patrimônio Imaterial da Humanidade. Depois de séculos de ostensivo preconceito e violenta perseguição ideológica e religiosa, finalmente o mundo reconhece e aceita esta joia da cultura africana.

A cannabis é exatamente outra faceta desta mesma gema: assim como a capoeira, o candomblé e a umbanda, que sempre foram expressões da alma do povo escolhido por Jah para o início da epopeia humana.

Este é um dos aspectos que mais contribuíram para o sucesso do criminoso plano de embargo total da cannabis: o preconceito racista que os caucasianos sempre nutriram pelos irmãos africanos, principalmente no Brasil.

A proibição da cannabis na “terra brasilis” foi muito facilitada por este espírito odioso do preconceito.

A realidade da “matrix” daquela época, muito bem retratada na novela Lado a Lado da Rede Globo, era propícia para a execução do malévolo plano da proibição da planta cannabis, conhecida comercialmente, à época, por cânhamo.

Diferente do projeto inglês de ocupação da América do Norte, que obrigava por lei o colonizador a cultivar cannabis, por aqui os portugueses, talvez por falta de planejamento estratégico, ou pela exuberância da flora brasileira, não deram valor à Erva como cultivar, e o cânhamo foi minimamente explorado.  Pouquíssimos moinhos e casas de fiação foram registrados no final do período imperial, sendo a maioria no Rio de janeiro. Assim, o embargo não teve peso significativo na economia, portanto, pouquíssima resistência.

Somado a isso, o fato do cânhamo, que por jogo de letras passou a ser conhecido pejorativamente como “maconha”, e era chamado à época também como “Erva de Guiné” ou “Diamba”, ser habitualmente fumado pela população negra, foi o ingrediente fundamental na proibição, ou seja, a raiz da proibição é racista.

Os europeus e seus descendentes eram propícios ao uso do vinho e da novíssima cachaça, além do tabaco.

Maconha era coisa de “negão”.

É importante dizer que tanto aqui como nos EUA, o racismo foi fundamental no estúpido processo de proibição da Erva Sagrada. Com a diferença de que, lá, além dos “negão”, existiam também os “cucarachas” mexicanos. Esta é a parte nojenta e cruel da história. Com a proibição da maconha aqui e da marijuana lá nos EUA, começou em ambos os países um movimento de “sanitização racial” que os eugenistas de plantão aplaudiram, aprovaram e financiaram. Que o diga Monteiro Lobato!

A regra nefasta era óbvia: proíba a maconha no Brasil e os “negão” iriam todos para a cadeia. Proíba a marijuana nos EUA e prendam os niguers e os cucaracha.

Este foi o fator facilitador do processo de proibição/embargo da cannabis: o ódio racial, um espírito limboso que graça até nos dias da atual “matrix”. Infelizmente.
Até 1937, antes da maldita proibição, os afrodescendentes que se amontoavam nas favelas, plantavam a Erva nos morros cariocas e desciam com sacolas para vendê-las para os mais variados usos, nas feiras livres da cidade, como encontramos vendedores de salsinha ou alho.

Então, de repente, depois da promulgação da lei que estupidamente declarava a “extinção” da planta cannabis, no início do século passado, aqueles abandonados e marginalizados pelo Sistema, passaram da situação de pequenos vendedores ambulantes para a condição de traficantes. Do dia para a noite foi criada uma nova classe social: os traficantes.

Este novo “gênio do mal” se alimentou com tudo o que há de mais miserável na alma humana: com a violência, a corrupção, a ganância, o ódio e a morte, transformando-se neste demônio que tanto atormenta nossa atual sociedade. Que estupidez!

Infelizmente, o diabólico engodo do petróleo nos guiou ao atual pesadelo que vivemos, como o flautista da lenda em que, com doce melodia, leva as crianças para o abismo.

Mais cedo ou mais tarde, o consciente coletivo vai se vir livre das vendas desta bestial mentira, que por décadas a fio vem causando tanta destruição e dor.

Neste momento teremos a redenção da sagrada planta cannabis, e ela nos guiará para um novo patamar de desenvolvimento sustentável. Assim atingiremos uma nova etapa de evolução espiritual, com a graça de Jah.

Para que esta previsão de futuro redentor se transforme em realidade, sua ajuda é fundamental.  Se vossa senhoria leu estas linhas e chegou à conclusão desta irrefutável verdade, temos a absoluta certeza que a “pílula vermelha” foi a escolhida, e agora o espelho quebrado se recompõe diante dos seus olhos.

A planta nos liberta. Sua ajuda é fundamental!

Quando a sociedade apagar o demoníaco ódio pela “Erva Sagrada” e encará-la com a ótica da “Real Verdade”, todos estaremos livres.

Por favor, me ajude. Conheça a verdade, não propague falsos conhecimentos e, se possível, venha conhecer a fraternidade dos neo-abolicionistas brasileiros. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso faz parte desta Irmandade, além de muitos outros que conheceram a verdade e o caminho da Luz.

Nós da Niubingui, os chamamos de “Candeeiros de Santa Sofia”

Não se igualará a ela o topázio da Etiópia; nem se poderá comprar com o ouro mais fino.

De onde, pois, virá a sabedoria?
E onde está o lugar da inteligência?

Só Deus entende o caminho dela, e conhece seu lugar. Porque ele vê os confins da Terra e vê tudo quanto há debaixo dos céus.

E disse ao homem: eis que o temor ao Senhor é a sabedoria, e a inteligência o apartar-se do mal. (Jó 28-19,20,23,24,28)

Estamos adentrando um novo período astronômico. Saímos da Era de Peixes, onde, infelizmente graça ainda a ignorância e a escuridão e entramos na Era de Aquário, onde toda ilusão do atraso espiritual da humanidade se dissipará e a Luz da Verdade curará todo sofrimento, libertando a alma humana da escravidão e angústia que os espíritos opressores vêm nos impingindo por séculos a fio. A única pílula que cura é a da Verdade – da Real Verdade, que nasce do misericordioso coração do nosso Pai – o Rei dos Reis, Senhor dos Senhores, Leão Conquistador da Tribo de Judah, o Todo-Poderoso Jah, na minha fé rastafári.

De todo coração, espero que todos nós compreendamos esta verdade o mais rápido possível, para que possamos desfrutar de todos os frutos que a Santa Cannabis pode nos oferecer.

Nosso vizinho – o Uruguai – já deu os primeiros passos e em breve começará a colher os frutos econômicos, sociais e espirituais que os europeus já conhecem.

Os homens por trás desta cortina farão de tudo para que o Brasil não entre nesta onda de desenvolvimento e usarão de todos os artifícios possíveis para retardar este processo. Pois quando o Brasil e os EUA liberarem a cannabis para a agricultura e indústria, a “Revolução Verde” estará irreversivelmente em movimento e finalmente começaremos a vislumbrar luz do tão ambicionado futuro sustentável. E o melhor: seremos todos felizes, com a graça de Jah!

Agradecemos imensamente vossa preciosa atenção.

Ras Geraldinho
Elder da Primeira Igreja Niubingui Etíope Coptic de Sião do Brasil