quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Iperó, 27 de Julho de 2014

23 meses de injusta prisão.

Que a gloriosa Luz divina de Jah preencha nossas almas!

"... mas onde se achará a sabedoria? Onde está a jazida da prudência? A verdadeira sabedoria vem de Jah. O homem não conhece seu valor, nem se acha ele na terra dos viventes. Não se igualará a ela o topázio da Etiópia; nem se poderia comprar com o ouro mais fino. De onde, pois, virá a sabedoria? E onde está o lugar da inteligência? Só Jah entende o caminho dela, e conhece seu lugar. E disse ao homem: eis que o temor do Senhor é a sabedoria, e inteligência o apartar-se do mal." (Jó 28-12,13,19,20,23,28)

Deixou nosso plano hoje o Mestre Rogério Mourão, o anjo que me ensinou a olhar o céu.

Mourão, meu mestre, que a Luz divina, a qual sempre foi teu objeto de estudo e trabalho, ilumine teu espírito onde quer que esteja no Universo, tua paixão.

Até breve professor, astrônomo, encantador de corações e candeeiro de Sofia.

E nós, que continuamos por aqui, só temos a agradecer. Agradecer a infinita bondade de nosso Pai Misericordioso, que nos presenteou com sua sabedoria.

Rastafari.

Ariano Suassuna

Morreu hoje Ariano Suassuna, e Ras Geraldinho continua na masmorra...

Morre Suassuna, soldado, anjo da eterna batalha da luz divina do conhecimento.

Suassuna do livre pensar, do livre ser, do livre crer.

Ariano que afirmava o ser e que este ser não se encaixa neste mundo. Temos o direito de criar um mundo onde caiba o ser.

Morreu hoje o soldado, anjo, e Ras Geraldinho continua na masmorra.

Descanse em paz, enquanto eu vou ficando por aqui.

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Iperó, 18 de agosto de 2014

Dois anos e quatro dias preso, quebrado, torturado, humilhado, mas jamais vencido.

Agradeço ao meu poderoso Pai Jah pela divina graça da luz da sanidade, que é o meu elmo, minha armadura e meu escudo nestes negros tempos de trevas da consciência humana.

10 de setembro de 2014

Pesados são os dias no "matrix" do sistema repressor paulista. A formatação desta corrupta interface operacional do sistema é comprovadamente medieval, corroborando as palavras do nosso atual ministro da justiça.

Infelizmente, a mais antiga instituição criada pelo homem continua sendo a mais odiosa, cruel e desumana. A prisão do semelhante é um vício de consciência tão longinquo na alma humana que hoje nem sabemos o por que do prender.

Prende-se por castigo e por ignorância, pois a "Real Verdade" sobre o cárcere nenhum douto esclarece.

Em tratados ancestrais de Justiça já se ponderava que mil condenações justas não justificam uma condenação injusta.

E, por testemunha, eu posso garantir que a injustiça graça na Justiça brasileira.

"Vi ainda debaixo do sol: no lugar do juízo há impiedade; e, no lugar da justiça há iniquidade. E disse eu em meu coração: ao justo e ao ímpio, julgará Deus; porque ali há um tempo para tudo o que se quer e para tudo o que se faz." (Eclesiastes 3.16,17)

Mas, como disse Sócrates:"Quem disse que seria justo?"

Enquanto perdemos o mais valioso tesouro divino da graça de Jah, que é o tempo de vida, a verdade atropela a frágil, mas duradoura formatação mítica da demonização da cannabis.

Toda semana vemos nos noticiários da mídia de massa novas comprovações do poder curador da "planta sagrada".

Com tom de espanto e dando ar de novidade, os apresentadores dos telejornais relatam a eficácia da resina canábica na cura e prevenção de doenças neurológicas, de praticamente todos os tipos de câncer, do glaucoma e outras, que perfazem mais de sessenta por cento dos males que afligem nossos corpos e espíritos.

De modo quase homeopático, recebemos como inédito o que nos foi escondido por quase um século, de modo a desvincular as mais que comprovadas benesses curativas da mítica "erva do diabo".

O programa (software) de "demonização" da cannabis implantado no inconsciente coletivo mundial foi de enorme eficácia, corrompeu a "real verdade" criando um ódio virtual sobre a mais benéfica planta que Jah nos deixou.

Esta verdade corrompida se instalou como um vírus de computador na "matrix" moral dos sistemas de controle e repressão aos direitos individuais, criando um monstro que é o maior propagador de sofrimento dos seres humanos. Tanto pela odiosa e famigerada "guerra às drogas" quanto pelo embargo a remédios baratos e eficazes para a cura das doenças aqui já citadas. Ainda nos foi proibido o mais funcional e saudável alimento, que é a farinha da semente da cannabis.

Dr. Lester Greenspon, a maior autoridade da medicina ocidental no conhecimento da cannabis medicinal, é enfático ao afirmar que o poderio econômico da indústria farmacêutica hoje é um dos maiores beneficiários do embargo mundial da cannabis. Em seu site, ele relata a experiência própria e de centenas de outras testemunhas do divino poder curador da resina canábica.

Como exemplo, Dr. Lester cita o tratamento aos terríveis efeitos colaterais das quimio e radio terapias, que é a náusea.

Segundo ele, os procedimentos hospitalares para atender as crises de náusea e ânsia, que usam os mais renomados medicamentos químicos, tem nó máximo de 75% a 80% da eficácia, custam acima de mil dólares. Enquanto que, na terapia canábica, basta um baseado antes e um depois e a eficácia fica acima dos 95%,com custo entre um e dois dólares.

Fica fácil compreender porque a "árvore da vida" tem tão poderosos inimigos.

Os conglomerados transnacionais das indústrias petroquimica, farmacêutica e agrícola serão drasticamente afetados com a quebra do embargo da cannabis - a planta sagrada. Isso fará com que cesse os lucros pornográficos dos grandes capitalistas que querem o poder econômico a qualquer preço.

A TV Globo acaba de anunciar, no telejornal Bom dia Brasil a mais nova descoberta contra o câncer de pele, um tratamento genético para o melanoma, com custo estimado de doze mil dólares mensais, com aplicação por diversos meses. Você consegue imaginar os ganhos do laboratório que detém a patente desta nova droga?

Milhões de dólares são gastos em pesquisa para se encontrar medicamentos que curem o que já tem cura.

O hemp-oil, ou sativex, como está sendo chamado, é o mais eficaz tratamento para todos os tipos de cânceres, inclusive o melanoma. Um remédio seguro, sem efeitos colaterais e muito barato.

Fica esclarecido os motivos hediondos da demonização da cannabis, uma planta milagrosa que nos liberta da escravidão pecuniária e do sofrimento físico e psicológico imposto pelo poderio econômico mundial.

O hemp-oil, uma substância viscosa da resina canábica, é usada desde a antiguidade como óleo sacramental por várias religiões.

Nós, da Primeira Igreja Niubingui Etíope Coptic de Sião do Brasil declaramos peremptoriamente que esta substância sagrada, atualmente conhecida como hemp-oil, é parte essencial e indissociável da eucaristia de nossa igreja e de nossa fé, sendo o óleo de unção de nosso aprisco, assim como o foi para o Tabernáculo Mosaico descrito no Pentateuco.

A cannabis é a "árvore da vida" encontrada na Bíblia, em Gênesis e Revelações (apocalipse), e foi o primeiro medicamento descoberto pela descendência adâmica. O remédio para o efeito colateral da graça divina, que é a consciência. Este efeito colateral, o qual convencionamos chamar de "depressão" foi o primeiro mal que acometeu a humanidade depois que saímos do "paraíso" (compreenda o sair do paraíso como o ganhar da consciência). E a cannabis foi o primeiro remédio para combater este mal, assim como o usamos até hoje. Por isso compreendemos que quem faz uso da cannabis o faz como auto-medicação, por predisposição genética: uma informação ancestral, passada através dos tempos, gravada em nossos genes.

Tendo entendido estes conceito, nos resta afirmar que além do hemp-oil, todos os remédios oriundos da planta sagrada são fitoterápicos, de conhecimento popular histórico. São remédios naturais seguros e não agressivos para nosso organismo. Não são produtos químico-farmacêuticos e, como tal, não estão sujeitos à patente, nem ao monopólio da indústria farmacêutica, tampouco ao controle draconiano do governo.

A guerra contra o poder de cura das plantas, sendo a cannabis o maior alvo, não é exclusividade pós-moderna. No período medieval, conhecido como a Idade da Escuridão, a inquisição da Igreja Católica fez centenas de milhares de vítimas por conta do controle absoluto deste poder. Qualquer um que ousasse expor o conhecimento de cura das plantas era executado depois de passar pelas mais bárbaras torturas.

A diferença dos dias atuais é que o matrix compreendeu que o indivíduo gera mais lucro para o Sistema estando vivo do que morto.

O que alimenta este desvio de caráter do inconsciente coletivo é o que costumo chamar de "ignorância filosófica", que é a mais perversa de todas as ignorâncias.

Na ignorância pontual, ou pessoal, só o indivíduo sofre pelos fatores sócio-ambientais que não lhe permitiram a aquisição do conhecimento e da iluminação.

Na ignorância filosófica, milhões sofrem por ação de poucos "doutos" que se julgam detentores do conhecimento total, sem, na verdade, nada saberem.

Foi desta dicotomia que o "espírito perverso" do lucro desvairado se apossou para expandir totalitariamente o poder da escravidão moral e intelectual das gerações de nossos antepassados, assim como da nossa atual geração.

A minha condenação de quatorze anos e oito meses é prova desta nefasta formatação moral da burocracia judiciária.

Nossa esperança descansa na fé de que sempre trilhamos dentro das guias da legalidade e, principalmente, da constitucionalidade.

Os direitos constitucionais da pessoa jurídica da Primeira Niubingui Etíope Coptic de Sião do Brasil, uma entidade religiosa registrada e reconhecida publicamente, deverão ser respeitados.

O uso da planta cannabis é direito liquido e pétreo dentro do proceder do nosso Santo Tabernáculo, tanto na forma de nuvem quanto o nosso sagrado óleo de unção, e em todas as formas e dons que a Planta Sagrada se apresentar.

Temos consciência de que nunca cometemos crime algum. Todos os nossos procedimentos sempre seguiram as mesmas normas das Igrejas que usam o sacramento da Ayauasca, como é o caso do Santo Daime.

Os verdadeiros criminosos, que enganaram milhões de pessoas em todo o mundo com mentiras e violenta repressão para garantir o embargo da planta cannabis, estes nunca responderão pelo sofrimento que causaram à humanidade.

Nosso consolo está em saber que os anos desta estúpida e odiosa proibição da cannabis está com os dias contados.

Em breve estaremos vivendo uma nova realidade, onde a violenta repressão aos usuários da Santa Kaia será coisa do passado e um novo cenário da economia mundial será implantado, baseado na sustentabilidade divina da cannabis.

E nós? Nós seremos felizes com a graça de Jah.

"No meio das ruas da cidade, de um e do outro lado do rio, estava a "Arvore da Vida", que produz 12 frutos, dando a cada mês seus frutos; e as folhas da árvore eram para a cura das nações." (apocalipse 22-2)

Que a glória de Jah se derrame sobre nós e nos guie para a graça da iluminação.

Ras Geraldinho
Lider da Primeira Niubingui Etíope Coptic de Sião do Brasil
Jah Rastafari

sábado, 2 de agosto de 2014

Iperó, 02 de agosto de 2014

Mais um dia,
Menos um dia.

Mais dois pães nosso de cada dia,
Menos dentes na população carcerária.

Mais duas bóias, duas zuleicas¹,
Menos água a cada dia.

Mais uma oração no pátio,
Menos fé no coração.

Mais um dia,
Menos um dia.

Mais uma ducha glacial,
Menos sol para o esqueleto.

Mais tortura psicológica,
Menos assistência social.

Mais um desgraçado entrando no Raio²,
Menos remédio pro apenado.

Mais um bate-piso³,
Menos um babão(4).

Mais um truculento carcereiro,
Mais um dia,
Menos um dia.

Mais um perreco(5) no barraco(6),
Menos saúde no Sistema.

Mais um bolão(7) truculento,
Menos kit de higiene.

Mais desrespeito aos meus direitos,
Menos direitos meus, direitos.

Que direitos?

O mais é menos
O menos é mais

Que direitos?

Se cada dia a mais há menos direitos, quais são os meus direitos?

Um dia a mais,
Menos um dia,
Um dia a menos,
Mais um dia.

E os meus direitos?
Meus direitos.

1) Zuleica: marmitinha mínima de plástico transparente, com tampa azul. O azulado das tampas plásticas, por cacofonia, torna-se zuleica, que também é o nome da senhora chefe da enfermagem da Penitenciária de Iperó.

2) Raio: pavilhão, módulo, bloco de celas.

3) Bate-piso: inspeção semanal das celas, onde os agentes usam um vergalhão de aço de uma polegada com um metro e sessenta centimetros de altura para bater no piso da cela a procura de buracos de fuga ou esconderijos.

4) Babão: travesseiro, artigo proibido no cárcere paulista.

5) Perreco: briga, discussão, falatório.

6) Barraco: cela.

7)Bolão: inspeção extensiva com grande número de agentes, que "destrói" o barraco.