quinta-feira, 29 de maio de 2014

Iperó, 29 de maio de 2014

Vinte e um meses preso por exercer a minha fé, amar a Santa Kaya, lutar pelos meus direitos constitucionais e acreditar na Divina Verdade de Jah, Rastafari.

Aos meus amados irmãos e irmãs da nossa Niubingui... que a Divina Luz se derrame sobre nós!

Palavras do Cordeiro:
"Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; Eu não vo-la dou como o mundo dá. Não se turbe vossos corações, nem tenham medo." (João 14-27)

Meu coração, apesar de conturbado com a noticia do novo ataque babilônico, se encheu de alegria e ânimo ao saber que a luta continua cada dia mais forte.

Fico eternamente grato ao imenso carinho demonstrado pelos irmãos da Banda 3pra1. A capa do CD ficou muito legal e eu agradeço de coração.
Este tipo de manifestação é que nos dá a certeza da vitória.

Temos também que agradecer a todos os que advogam em nossa defesa.

Com isso, concordam as palavras dos profetas, como está escrito: "depois disso voltarei e reedificarei o tabernáculo de Davi, que está caído. E repararei suas ruínas, e tornarei a levantá-lo, para que o resto dos homens busque ao Senhor (Jah) e todos os gentios, sobre os quais é invocado Meu nome, diz o Senhor, que faz tudo isso." (Atos 15-15,16,17,18)

A notícia do novo indiciamento, apesar de pesada, já era esperada. O peso do velho e rancoroso braço da Justiça Paulista é nacionalmente conhecido.

A história vai ficando cada vez mais rica.

Um líder religioso, travestido pelas injurias da Promotoria Pública, depois de ter sua igreja invadida ilegalmente por quatro vezes, é condenado a perder seu lugar de vida e de exercício religioso e mais quatorze anos e dois meses de prisão, por plantar vinte e um pés de cannabis sativa no jardim da igreja.

Não satisfeito com tão desproporcional castigo, o senhor promotor oferece nova denúncia envolvendo mais pessoas da diretoria da nossa legalizada instituição religiosa. Agora mais quatro pessoas são citadas...

Que Jah nos proteja com sua infinita misericórdia.

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Iperó, 05 de abril de 2014

Que a luz da sabedoria divina nos livre das trevas da ignorância!

"Ouve, ó Senhor, uma causa justa, atenta ao meu clamor.
Escuta minha oração feita de lábios sem engano. De Tua presença proceda minha vindicação; vejam Teus olhos a retidão. Tu provaste meu coração, e me vigias de noite; tens-me posto à prova, e nada iníquo achaste; resolvi que minha boca não transgredirá." (Salmos 17-1,2,3)

A Justiça paulista aceita a tese proposta pelo severo e obstinado jovem promotor, endossada pela emotiva 1ª Vara Criminal da cidade de Americana, que condena, na ótica deles, um traficante louco à profiláticos 14 anos de encarceramento.

Eu fui chamado de louco, safado e vagabundo. Quem proferiu estas palavras durante o processo de condenação sabe do que estou falando.

Minha peça condenatória é um memorável trabalho de semântica: setenta páginas de um labor técnico de duas mentes dedicadas a justificar tão severa medida cautelar.

Alguém que decide enfrentar o poder constituído tão ousadamente, sem o mínimo temor às hierarquias de controle social merece, mesmo, ser castigado -pensaram as mentes influentes da loja. Quem se atreve a perverter a verdade oficial imposta, anunciando como sagrado o que o Sistema diz ser demoníaco, deve ser condenado ao sofrimento eterno, pensaram as mentes da auto-eleita casta dominante da "Villa dos Americanos". Mentes estas que influenciaram a pluma dos meus algozes.

"Pensar de modo diverso do aceito pela corrente do momento tem sempre um caráter clandestino e do contra, quase indecente, doentio e blasfemo, e por esta razão é socialmente perigoso para o indivíduo. Aquele que pensa por conta própria está indo incessantemente contra a corrente." Conselho dado por Carl Gustave Jung no livro "Realidade da Alma".

O processo que gerou a matricula 768.403 criou o fantasma de um traficante, formador de quadrilha e corruptor de menores que nunca existiu, fruto apenas da fantástica vontade de castigar toda idéia que não se enquadre no modelo ditatorial do Sistema vigente. O que menos importa é o compromisso com a pureza da "Real Verdade".

A Real Verdade é que nunca fui traficante nem quadrilheiro, muito menos corruptor de menores. Isso é patente e nossa sociedade sabe disso. Pelo contrário, sempre trabalhei para o desenvolvimento moral e social da nossa comunidade.

Desde 1991, quando regressei ao Brasil e me reinstalei em minha cidade natal - Americana - dediquei meu tempo ao desenvolvimento comunitário e à intransigente defesa do meio-ambiente.

Diga-se de passagem, nunca tive relações com o banditismo, só me relacionei com políticos, pois era meu trabalho.

Foi lutando contra crimes ambientais e trabalhando com marketing político que angariei poderosos inimigos.

Minha pena vai passar, meu tempo vai passar e, com ele, minha vida. Mas a verdade é uma só e não são estas mentes que a modificarão ou apagarão.

Quando declarei, baseado na mais cristalina compreensão da constituição legal e jurídica, que o uso da cannabis, a planta sagrada, para nós é de uso religioso, fui taxado de maluco e virei chacota na mente retrógrada dos servidores da "Senhora Vendada". Quando declarei que o hemp-oil é o óleo de unção da minha igreja, que está presente em Êxodo e em vários outros livros da Sagrada Escritura e que cura inclusive o câncer, disseram que eu estava mexendo com o sentimento de quem passava pelo problema e, por isso, antecipadamente, eu seria severamente condenado. 

Hoje a inegável verdade se faz presente, escancarada na mídia de todo o Brasil e veiculada na maior fonte de informação e formação de opinião- a poderosa Rede Globo!

Talvez eu tenha sido uma ferramenta, um mensageiro da resposta de uma súplica, e não tenha alcançado a compreensão dos que pediram a intercessão divina. Isso é triste porque como disse Cazuza: "o tempo não para, não para não..."

Mesmo com a violenta força repressora dos interesses que lutam para manter a "Santa Kaya" no embargo da ilegalidade, a luz divina da Real Verdade subjugará as trevas da ignorância, vencendo também a mais nefasta de todas elas: a ignorância filosófica/intelectual, aquela que assola os que acham que sabem tudo sem saber nada.

Nós, os "neo-abolicionistas", sofreremos as agruras da missão libertadora. Sempre foi assim. A história está aí para testificar o caminho da iluminação humana.
Sou apenas uma peça do candeeiro de Sofia. Minha missão é trazer a divina palavra do conhecimento libertador e, para isso me preparei nos últimos dezoito anos da minha vida.

Abandonei a luta ilusória do acúmulo material para adquirir o ouro filosófico do conhecimento. Por isso, inclusive, abri mão do conforto financeiro que sempre proporcionei à minha família. Irreal a acusação de traficante de drogas (maconha), uma atividade que visa a exclusiva acumulação pecuniária.

Não fui, não sou e nunca serei esse monstro social que a Justiça paulista tenta me imputar. Justiça que tem o poder de me excluir do convívio social e castigar-me cruelmente, mas não tem o poder de mudar a luz da verdade, nem a história.

Todos somos vítimas desta nefasta mentira que desde 1922 é formatada no inconsciente coletivo mundial e que só mal tem feito para a humanidade.

Trazer à luz a verdade é o trabalho e obrigação religiosa de nossa alma, mesmo que para isso passemos pelo flagelo.

Este é o verdadeiro significado do termo "Cordeiro de Deus". Esta verdade é tão real que além de ser gravada no Livro da Vida, foi magistralmente descrita pelo espírito do poeta Joaquim Ozório Duque Estrada na letra do Hino Nacional Brasileiro: "Verás que um filho teu não foge à luta, nem teme quem te adora à própria morte..."

Só quem não me conhece me chama de louco.

Um dia, o meu respeitado "companheiro de lutas", o nobre promotor de justiça Dr. Oriel da Rocha Queiroz me confidenciou que o maior problema da Promotoria de Justiça era o fato de os promotores embasarem seus processos sentados confortavelmente atrás de suas mesas de trabalho, sem conhecer pessoalmente a realidade dos fatos.
Isso endossa minha afirmação: Só quem não me conhece me chama de louco.

Nas trevas o justo se confunde com o injusto e o erro é a certeza.

Não tenho revolta ou maldigo meus condenadores. Ódio não faz parte do meu ser, nem resolve problema algum.
Só resta lembrar a frase do Mestre dos Mestres, a última súplica do Cordeiro: "Pai, perdoai-os..."

Nossa esperança está na Luz.

"A sabedoria clama nas ruas, levanta sua voz nas praças; clama nos lugares mais concorridos; na entrada das portas da cidade pronuncia seus discursos.
Até quando, ó ingênuos, amareis a ingenuidade, e os insensatos aborrecerão o conhecimento?" (Provérbios 1-20,21,22)

Só a força radiante da Iluminação pode nos salvar da escuridão.

Com a glória de Jah, rastafari

Ras Geraldinho - líder religioso da Primeira Igreja Niubingui Etíope Coptic de Sião do Brasil