domingo, 28 de julho de 2013

28 de Julho de 2013

Domingo de frio, céu nublado. Um muro de 10 metros de altura.
 
Do outro lado da quadra "poli-tudo", o muro está lotado de roupas, toalhas e cobertores recém-lavados, esticados em três gigantescos varais.
 
Na quadra rola um futsal (diário), que os presos jogam como se fosse final de campeonato.
 
Estou sentado em um balde de PVC em frente à porta da minha cela.
 
Da marquise que serve de corredor do segundo pavimento, lençóis e cobertores flutuam no ar, dançando sobre a ação do vento gelado.
 
A maioria dos que optaram por sair das suas celas, assistem a partida de futsal sentados no degrau que existe entre o corredor e a quadra, sobre uma nojenta calha de drenagem.


São tantos detalhes... uma poesia de dinâmica única, onde impera a paz, o respeito e a harmonia.

segunda-feira, 22 de julho de 2013

A relação da humanidade com a Cannabis

A relação do ser humano com a cannabis remonta à nossa "saída do paraíso".

Entenda a "saída do paraíso" como o momento em que o homem adquiriu consciência. Desde então nós utilizamos a "Erva Sagrada" como remédio para um problema colateral do advento da consciência: a depressão.

Apesar de uma parte dos profissionais da medicina classificarem a depressão como doença, na verdade ela não é. A depressão é uma condição que se manifesta pelo estado de consciência. 
Todos os seres humanos passaram, em algum momento de suas vidas, por um quadro depressivo, com maior ou menor intensidade. Mas todos sentirão seu peso.

Assim como a depressão foi o primeiro mal detectado por nós, a cannabis foi o primeiro remédio que usamos, exatamente para tratarmos a condição depressiva.  Dali em diante descobrimos centenas de utilidades medicinais da Erva.

Como seu uso medicinal remonta de milhares de anos, através de incontáveis gerações, muitos de nós (acredito me incluir neste grupo) temos predisposição genética para a cannabis.

Eu diria que temos um apelo inconsciente para a automedicação com a "Planta Sagrada": uma atração natural, pois nos sentimos bem com ela, nada mais que isso.

Para corroborar este raciocínio, devemos dizer que não existe uma pesquisa séria que comprove a dependência quimica e física da maconha.

O mais antagônico no processo de embargo da cannabis é que o ato de se fumar um baseado é o único modo que não é verdadeiramente proibido do uso da planta, porque as outras 25.000 maneiras de consumo o são.

Não podemos ter uma roupa de cânhamo (termo industrial da cannabis), ou cordas, óleo comestível ou combustível, papel e papelão... Nada disso temos condições de encontrar no mercado, porém, uma porção de maconha para se fumar, podemos encontrar em qualquer bairro de qualquer cidade.

O mais incrível é que mesmo que a pessoa seja presa e condenada, ela poderá continuar fumando a Erva.

O juíz pode prender o sujeito, mas não tem o poder de proibir o uso.



segunda-feira, 8 de julho de 2013

A verdadeira intenção para o embargo da Erva Sagrada

A verdadeira intenção - criminosa - para o embargo da planta, é que ela era um empecilho para a expansão da indústria petroquímica.

É imperativo esclarecermos que todos os usos que temos para o petróleo, podemos obter com a cannabis. Além disso ela é alimento, remédio e papel.

Então, para o lucro pornográfico de um pequeno grupo de pessoas inescrupulosas, criou-se uma mentira que foi alimentada por anos a fio, até se transformar neste monstro que temos hoje.

Neste processo devastador, os agricultores americanos foram as primeiras vítimas.

Já ouvimos falar muito da "grande depressão americana" dos anos 1920 e 1930. O que não se comenta é que o gatilho da derrocada econômica dos Estados Unidos da América foi a proibição das plantações de "Hemp", nome dado por eles para a cannabis.

Como desde o descobrimento dos EUA os agricultores eram obrigados (por lei) a plantar maconha, com a proibição eles se viram sem opção de cultivar e foram à bancarrota. Sem contar que muitos deles foram os primeiros presos e taxados de traficantes.

De lá para cá é o que conhecemos: década após década, os meios de repressão se sofisticaram e recrudesceram, chegando ao cúmulo de termos hoje mais de setecentos mil prisões por ano só na terra do "Tio Sam".

Outro detalhe histórico relevante é que os dois primeiros países a promulgar leis de proibição do uso da cannabis foram os Estados Unidos e o Brasil, no ano de 1937.

Na década de 1930, a indústria do petróleo começava a se estruturar nos EUA e 1937 foi o ano da fundação da Petrobrás pelo governo Getulio Vargas.
Outro detalhe é que foram estes dois países que fizeram o lobby do primeiro documento de proibição internacional, assinado na Liga das Nações, órgão que antecedeu a ONU.

Antes dessa estúpida e violenta proibição, o uso da cannabis era corriqueiro. Comprava-se como remédio  nas farmácias e se plantava nas favelas, sendo depois vendidas do mesmo modo como hoje se vende verduras nas feiras livres.

Devemos lembrar também que, antes do embargo, nos Centros de Umbanda e Candomblé os pretos velhos e os caboclos não fumavam tabaco nem charuto. No cachimbo do Pai João se colocava fumo de angola, planta conhecida hoje como maconha.